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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

God of War: a história de Kratos

A partir desta terça feira, 13 de setembro, os donos de Playstation 3 terão mais uma excelente coletânea a sua disposição: God of War Origins Collection, que contará o começo da jornada do protagonista Kratos, um personagem que se tornou símbolo dos videogames da Sony.


Kratos (Foto: Divulgação) 

Nesta coleção, estarão inclusos dois games que até então eram exclusívos para os donos de PSP: Chains of Olympus e Ghost of Sparta, títulos que contam o começo da trágica jornada do anti herói grego, que foi consumido pela fúria, dominado pela mágoa e libertado pela coragem.
Nesta cronologia, vamos contar revelações sobre o enredo dos jogos (spoilers), então, caso você não tenha jogado algum dos games, talvez queira pular partes deste texto para não perder o efeito surpresa – caso contrário, basta continuar lendo para saber como a força de um espartano conseguiu abalar as estruturas do Olimpo.

This is SPARTAAAA!!!!

Antes de começarmos a falar dos games, vale fazer uma breve explicação sobre mitologia: na antiguidade clássica, os gregos entendiam os fenômenos do mundo através de mitos, que incluiam deuses, semideuses e heróis; ao contrário de muitas religiões atuais, a fé da época era majoritariamente politeísta, ou seja, em vez de um Deus único, havia um panteão cujos integrantes representavam vários aspectos da natureza e até conceitos abstratos. Esta forma de explicar o mundo foi muito importante para o desenvolvimento do pensamento ocidental.
Apesar de viver neste cenário fantástico, Kratos não fez parte dos mitos clássicos – ele é uma criação do estúdio Santa Monica, interpretado pelo ator britânico Joseph Gatt (que fez a captura de movimentos do personagem) e dublado pelo americano Terrence Carson, que deu vida aos berros do herói.

Kratos (Foto: Divulgação) 
O Kratos, ou Cratus, da mitologia, é originalmente filho do titã Palas, filho de Crio; e Estige, uma ninfa, filha de Tétis. Irmão de Niké (Vitória), Bias (Força) e Zelo (Grandeza e Rivalidade), o Kratos mitológico era a personificação do Poder, o que inspirou David Jaffe, diretor da série, a direcionar os games da franquia, que seguiram cronologia própria e bastante diferente da tradição grega.
Porém, apesar deste distanciamento da mitologia original, a franquia GoW acabou se tornando uma alegoria para vários conflitos interpressoais bastante contemporâneos, como a consequência de ações intempestivas que só podem ser sanados mediante grande sacríficio – e não poderia ser diferente, já que, como muitas histórias da época, o Kratos dos videogames é um exemplo de herói trágico.

Problemas com a família

Profecias antigas previam que o crepúsculo dos deuses gregos ocorreriam pelas mãos dos furiosos Titãs. Porém, segundo a visão de um oráculo, o fim do Olimpo não se daria por estas criaturas, mas sim pelas mãos de um mortal. Zeus, soberano dos deuses, acreditava que este mortal seria o guerreiro Deimos, por conta de suas estranhas marcas de nascença.

Deimos (Foto: Divulgação) 
Deimos
O jovem Deimos, que junto com seu irmão Kratos treina para fazer parte do exército espartano, é sequestrado pelo deus da guerra Ares. Seu irmão tenta impedir o rapto, mas sofre uma derrota que deixa marca em seu olho esquerdo. Deimos é levado para o reino da morte, onde é torturado por Thanatos.
Acreditando que seu irmão está morto, Kratos faz uma série de tatuagens vermelhas, imitando as marcas de nascença de Deimos. Os anos passam, e Kratos consegue se tornar um jovem capitão do exército espartano, uma organização militar conhecida pela sua tenacidade.
Durante a campanha contra uma horda de bárbaros, o Kratos foi encurralado e estava prestes a ser morto. Porém, na hora do aperto ele evocou o nome de Ares, rogando força para destruir seus inimigos em troca de servidão ao então deus da guerra.
Ares fez a sua parte, e permitiu que Kratos liberasse um ciclone de destruição, rechaçando seus inimigos. Porém, o preço do poder veio junto com o bônus: a partir daquele momento, o mortal estava acorrentado às Lâminas do Caos, que lhe davam poder ao mesmo tempo que eram o símbolo de sua servidão.
O fantasma de Esparta

Kratos serviu Ares com devoção, matando centenas em nome do olimpiano. Porém, dedicação não era suficiente para o deus da guerra: ele queria uma máquina de matar focada, que o seguisse cegamente, o guerreiro perfeito. Para isto, alguns “obstáculos” precisavam ser removidos do caminho, como a ligação de Kratos aos demais mortais.
Para eliminar esta fraqueza, Ares enganou Kratos e fez com que ele, cegado pelo instinto assassino, tirasse a vida de sua mulher e filha, que estavam escondidas no templo localizado em uma vila castigada pelo combate. Percebendo a consequência de suas ações, Kratos renuncia a servidão a Ares, mas acaba sendo amaldiçoado pelo oráculo da vila a carregar a cor das cinzas dos mortos em sua pele.
Buscando a redenção, Kratos concorda relutantemente em servir outros deuses em troca do perdão pelos seus crimes. Ele luta em Attica contra a invasão do exército persa e consegue evitar a tomada da cidade. Porém, sobra pouco tempo para comemorar a vitória, já que após a batalha, o mundo acaba coberto de trevas graças ao estranho desaparecimento do deus sol Hélios.

As correntes do Olimpo

Kratos (Foto: Divulgação) 
A nova missão do guerreiro e descobrir o paradeiro de Hélios, que coloca o personagem em rota de colisão com o titã Atlas, sequestrador da divindade. Durante esta jornada, Kratos é tentado pela deusa Perséfone, que habita o Hades após ter sido abandonada por Zeus. A deusa possibilita o encontro do espartano com sua falecida filha, mas esta reunião de família poderia resultar no fim do mundo como o conhecemos, já que Atlas aproveitou a distração de Kratos para utilizar o poder de Hélios em um plano que destruiria o pilar que sustenta o monte Olimpo.
Forçado a escolher entre a sua filha e os deuses, Kratos fica com a segunda opção, matando Perséfone e prendendo Atlas no pilar do mundo e sofrendo, uma vez mais, com a separação – desta vez definitiva.

Acertando as contas com Ares

A próxima missão do espartano foi dada diretamente por Athena. Quando sua cidade, Atenas, estava sendo destruída por Ares e seus exércitos, a deusa recorreu a Kratos, dando-lhe a tarefa de matar o deus da guerra em troca do perdão pelos seus pecados. Porém, Kratos ainda era mortal, e para acabar com Ares ele precisava de uma fonte adicional de poder, algo que pudesse derrotar até mesmo um residente do olimpo.
Começa assim a busca pela lendária caixa de Pandora, um item lendário que poderia fazer a balança pender a favor do espartano. Depois de passar por uma série de testes, Kratos recupera o artefato e consegue derrotar Ares, mas matar o deus traz pouca satisfação ao guerreiro, que se vê novamente deprimido.
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O problema é que, mesmo após executar a tarefa dada por Athena, Kratos ainda é assombrado pelas visões do passado, já que alguns atos são tão terríveis que nem mesmo os deuses conseguem apagá-los. Por conta disso, Kratos resolve acabar com o seu sofrimento pulando de um precipício.
Mas antes que a queda fatal chegasse ao fim, ele é resgatado por Athena, que oferece a ele o posto de deus da guerra. Kratos então passa a ocupar uma cadeira em meio aos olímpicos, sentando lado a lado aos seus antigos mestres.

Em busca do passado

Mas nem mesmo o novo status divino conseguiu aplacar a angustia no coração do espartano, por isso ele decidiu se reconciliar com o passado. Contrariando o conselho de Athena, Kratos iniciou uma jornada até a Atlântida em busca de sua mãe, Callisto.

Kratos (Foto: Divulgação) 
Quando Calliope estava prestes a revelar ao espartano a identidade de seu pai, ela foi transformada contra sua vontade em uma besta horrenda, e Kratos teve de matá-la, ficando sem as respostas que tanto desejou. Mas antes de morrer, Calliope conseguiu revelar que Deimos ainda estava vivo, dando início a uma nova aventura.
 
Kratos partiu ao encontro do seu irmão perdido, e no caminho libertou a titã de magma Thera de sua prisão em um vulcão sob Atlântida, o que resultou da destruição cidade.
Kratos descobre que precisa ir até os domínios da morte para localizar Deimos. Chegando lá, ele localiza e liberta o irmão, que ataca Kratos, culpando-o pelo seu longo encarceramento. O confronto é breve, e logo os dois juntam forças para enfrentar Thanatos, o deus da morte em pessoa. Thanatos consegue matar Deimos, mas Kratos derrota o deus da morte. Kratos está novamente sozinho, por culpa dos deuses, o que o faz prometer que todos pagarão pelo seu sofrimento.
Traição olímpica
Entediado com sua vida no olimpo, Kratos deleita-se ao assistir o exército de Esparta marchar pela Grécia. A deusa Hera manda o gigante Argos confrontar o deus da guerra, iniciando um complô para que Kratos perdesse moral no Olimpo. Os deuses mandam o mensageiro Ceryx, filho de Hermes, levar um recado de Zeus para o espartano, pendindo que ele parasse seus esforços de conquista, que poderiam resultar na destruição da Grécia.
Kratos não dá ouvidos ao mensageiro. Os dois se engajam em batalha e Kratos sai vitorioso. Porém, ele sabe que a morte de Ceryx não ficará impune, e aguarda a retaliação dos demais deuses.

O colosso de Esparta

Deixando os deuses de lado, Kratos se junta ao exército espartano durante a batalha de Rhodes. Lá, ele é atacado pela gigantesca estátua que defende a cidade. Para derrotar este colosso, Kratos ouve o conselho de Zeus e deposita o seu poder na Espada do Olimpo.
Quando Kratos consegue destruir o construto, Zeus engana o espartano e, tomando a Espada do Olimpo, crava a arma carregada do seu próprio poder na barriga do espartano.
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Aqui se recria um ciclo constante da mitologia grega: Kratos descobre que é na verdade um filhos bastardo de Zeus, o que o torna um semideus. E Zeus, assim como o seu pai Cronos, tenta liquidar o filho que pode destroná-lo. Para Zeus, a morte de Kratos seria uma forma de evitar esta sequência de eventos.
Sem vida, Kratos vai para o submundo, mas consegue fugir do local mais uma vez, por pura determinação. Ele jura vingança contra Zeus, mas quando tem uma chance clara de matar o soberano do olimpo, é impedido por Athena, que absorve o impacto do golpe de Kratos e morre.
Irado, Kratos inicia uma campanha contra todos seres olímpicos. Para sitiar a morada dos deuses, ele domina as fiandeiras do destino e tece uma nova trama do tempo, se colocando no passado, durante a Titanomaquia, a batalha dos Titãs contra os deuses, vencida originalmente pelos habitantes do Olimpo. Com novos e poderosos aliados, Kratos coloca os deuses contra as cordas, preparando um nocaute definitivo de Zeus e seus subordinados.

Vingança e fúria
Montado no corpanzil de Gaia, Kratos lidera o ataque. Ele consegue matar Poseidon e fura a primeira linha de defesa divina. Porém, quando a batalha se intensifica, a própria Gaia não se acanha em sacrificar o aliado por uma posição mais vantajosa. Outra vez Kratos foi traído. Outra vez ele está sozinho. Desta vez, o azar será de seus inimigos.

Kratos (Foto: Divulgação)
Kratos inicia uma chacina, matando deuses, semideuses, heróis, titãs e mortais sem distinção. Cada inimigo tombado traz consequências terríveis para o mundo, já que os deuses mortos respondem por aspectos importantes da vida na terra. A Grécia está um caos, e neste caos, Kratos continua a marcha da vingança até ser visitado pelo espírito de Athena, que transcendeu para uma existência superior e passa a apoiar Kratos na batalha do crepúsculo dos deuses.
Para que ele consiga seu objetivo, Athena guia Kratos até a Chama do Olimpo, que tem o poder para destruir Zeus. Porém, a chave para a chama é Pandora, antiga proprietária da lendária caixa que deu poderes para o espartano matar Ares tempos atrás.
Redenção
Kratos atravessa o labirinto de Dédalo e resgata Pandora, com quem rapidamente desenvolve uma relação paternal. Este carinho pela garota faz com que Kratos hesite ao perceber que apenas o sacrifício dela pode domar a chama, mas apesar dos protestos do guerreiro ela conclui seu propósito, permitindo que ele abra a caixa de Pandora, apenas para encontrar o recipiente vazio.
Nesta hora Zeus ataca. Gaia intervém e os três começam uma luta sangrenta. Zeus e Kratos entram no Titã através de uma ferida aberta, e Kratos consegue empalar Zeus no coração de Gaia, que se desfaz. Pensando que Zeus também está morto, Kratos parte, mas é atacado pelas costas.
Zeus se aproveita da vantagem e neutraliza Kratos, que fica inconsciente. Um duelo mental se inicia, e Kratos encontra esperança na lembrança de Pandora para derrotar Zeus definitivamente.
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O espírito de Athena aparece novamente, congratulando Kratos e exigindo que ele entregue para ela a mais poderosa das armas, que ele retirou da caixa de Pandora para poder derrotar Zeus. Kratos argumenta que a caixa estava vazia, mas rapidamente percebe que Athena se refere a esperança, a última coisa que foi retirada da caixa, e que agora está nele.
Mas Kratos sabe que o mundo não pode ser governado por deuses ou entidades distantes. Desafiando Athena, ele crava a Espada do Olimpo no próprio corpo, fazendo um grande corte que permite que a esperança seja libertada no mundo, o que dá início a uma nova era, a era dos mortais, que reconstroem a Terra arrasada graças a sua persistência e autonomia recém conquistada.
O futuro a Zeus pertence…
Existe muito debate sobre o final de God of War III. Não há um consenso se o sacrifício de Kratos foi definitivo: afinal, ele morreu ou não? Além disso, para um homem que escapa do inferno como quem sai pela porta da frente de um Shopping vazio, será que a morte seria permanente?
Por enquanto, God of War III é o desfecho da saga, mas quem sabe no futuro esta história não ganha novos capítulos? Se eles forem tão interessantes quando a mitologia já construída pelo estúdio Santa Mônica, com certeza os fãs não se importariam em controlar o herói mais uma vez. Caso contrário, é melhor que Kratos tenha um merecido descanso, e fique na história como o grande herói que de fato é.

                                                                                                                    Fonte:TechTudo

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